terça-feira, 12 de novembro de 2013

Gaiola

"Minha terra tem palmeiras / Onde canta o Sabiá...". Mas o Sabiá não canta mais. Tudo que ficou foi um gaiola vazia. Uma cumbuquinha de água um pouco suja com alguns grãos de
alpiste e pequenas penas boiando. Um pedacinho de miolo de pão ainda úmido abandonado num cantinho da gaiola. O poleiro parado, sem nenhum balançar e o silêncio envolvendo esse
cenário. Um vazio tão grande quanto o vazio que ficou nessa gaiola.

Cantávamos juntos. Eu começava e você acompanhava.


Fico agora imaginando se um dia você conheceu a sensação de um longo vôo. De não ter limitações de espaço impostas por pequenas grades. De como somos injustos e egoístas em
privar um ser, cuja natureza é livre, de conhecer essa liberdade. Sei que agora estás livre. Não como eu queria, mas espero que feliz onde que que esteja. Cantando outras
canções. Espero que lembrando de mim...

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