quarta-feira, 26 de maio de 2010

Vidas e Navios...

Entre muitas coisas gosto de comparar a vida a uma embarcação. Um navio ou um pequeno barco tentando navegar para algum lugar. Uma embarcação que muitas vezes navega sem nenhuma orientação, sem mapas ou bússolas. Perdida no meio de um nevoeiro, desviando de rochedos para não afundar. Navegando entre ondas tentando não virar. Imagino-me conduzindo uma pequena embarcação, já que é mais ou menos como muitas vezes levo a vida. Sozinho num pequeno barco. Frágil e minúsculo no meio do mar. Tentando chegar a algum porto. Um lugar para ficar e chamar de lar. Acho, no entanto, cada vez mais que nunca vou encontrar esse lugar. Vou apenas afundar no meio do mar, destroçado contra os rochedos ou engolido por uma onda. E jazer em algum lugar profundo e frio. Sem nunca mais ser encontrado. Quem dera pudesse conduzir meu barco como em um simulador... E depois de afundar apenas apertar o botão "Jogar Novamente"...




Among many things I like to compare life as a ship. A large ship or even a little boat trying to sail somewhere. A ship that navigates many times with no direction, no maps or compass. Lost in the middle of a fog, avoiding rocks to don't crash. Sailing on big waves trying not to wreck. I imagine myself navigating a little boat, as I lead my life like this. Alone into a little boat. Fragile and tiny in the middle of the ocean. Trying to reach some shore. A place to dock in and call it home. I guess, anyway, more and more I'll never find that place. I'll just go wreck on the ocean, shattered against the rocks or swallowed by the waves. Just to rest in somewhere deep and cold. Never to be found again. I wish I could conduct this boat as on a simulator... And after I wreck would just push the "Play Again" button...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Tágides


Tágides
Upload feito originalmente por Guzma
Então volto às Minas de Almada, para minha Tágide. Aquela que veio a mim através das Portas do Rodão. Dormiu na Barquinha e no Castelo de Almourol para me encontrar no Mar da Palha, no encontro da Cala do Norte e a Cala das Barcas. Ali, naquela mesma doca que te vi brincar tão alegremente nas pequenas ondas.
Foi tu minha Tágide, que em mim criaste um desejo ardente, eloqüente. Tu, uma amiúde corrente em minhas veias. Tu cujo nome grito em som alto e sublime, pois nenhum verso é digno a te exaltar. Mimos... Carícias... Cuidados... Guardei-te onde estive e te levei onde fui. Esperando um dia voltar a te ver.
Desço o rio... Orgulho de Hull... Não te encontro. Não te vejo. Não te sinto... As águas correm vazias. Sem nenhum calor. É fria. Não tem mais a alegria que dantes brincava entre as pequenas ondas. Cinza... Vida guarnecida por lembranças que nem tive. Feridas que tenho que nunca vão curar.

"E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mim um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mim vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloco e corrente,
Por que de vossas águas Febo ordene
Que não tenham inveja às de Hipocrene"

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So there I come back to the Almada Mines, for my Tagide*. That one which came to me through the Gates of Rodão. Slept at Barquinha and at the Castle of Almourol to finally find me at the Palha Sea, where the North Cala and the Barcas Cala meets. There, at the same dock where I saw you playing so happy above the little waves.
It was you my Tagide, which inside me created an ardor desire, eloquent. You, a frequent presence into my veins. You which the name I scream loudly and sublime, because no verse is worth to exalt you. Keepsake... Caresses ... Care... I kept you where I've been and where I gone. Wait for one day to see you again.
I go down the river... Pride of Hull... Never find you. Never see you. Never feel you... The river is running empty. No warm. It's cold. There's no joy where the happiness used to play before above the little waves. Grey... Life fulfilled of memories that I never had. Bruises that will never heal.

"And thy, Tagides of mine, created
You had inside me a new burning engine,
If always on humble verses celebrated
Was in me thy river happiness,
Give me now a loud and sublime sound,
A great eloquent and running style,
Because from your waters Phoebe command
To don't be envy to the Hippocrene."