terça-feira, 19 de setembro de 2017

Welcome


It's been a little over a year since I came here. The memories are many. Yes, good memories. Our memories. Memories with friends. With mates. Even with Argus. This is a place where I always felt welcome. And where I know you'll always be welcome. Even back for a few days, you will always be welcome.
Let us go further into the past. Six years ago ... We had no idea how our lives would be today. Funny how things change a lot. How people come and go without us planning anything. You moved to another continent. I no longer live with who I lived at that time...

But we are still welcome in their homes. We left our marks. We made our stories. We conquer our rights. Even after all these changes. So always be welcome. Wherever it is. Whenever you go. You will always be welcome where I can receive you. Without being gay…

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Bem-Vindo


Faz um pouco mais de um ano que vim aqui. As lembranças são muitas. Sim, lembranças boas. Lembranças nossas. Lembranças com amigos. Com companheiras. Até com Argus. Esse é um lugar onde sempre me senti bem-vindo. E onde sei que sempre será bem-vindo. Mesmo de volta por alguns dias, será sempre bem-vindo.


Vamos ainda mais ao passado. Há seis anos atrás… Não tínhamos idéia de como nossas vidas estariam hoje. Engraçado como as coisas mudam muito. Como as pessoas vão e vêm sem que tenhamos planejado nada. Você foi morar em outro continente. Eu não vivo mais com quem eu vivia naquele tempo…

Mas ainda continuamos bem-vindos nas casas dessas pessoas. Deixamos nossas marcas. Fizemos nossas histórias. Conquistamos nossos direitos. Mesmo depois de todas essas mudanças. Então seja sempre bem-vindo. Onde quer que seja. Quando quer que for. Será sempre bem-vindo onde eu puder lhe receber. Sem homosexualidades…

domingo, 3 de setembro de 2017

That one in glasses...


Joe has been feeling strong pains through his body. Flu, Zika, Dengue, depression, rheumatism, virus… Nothing! No physician could yet diagnosis Joe’s diseases, which was already consuming him to the point where his spirit begins. In fact he suspected by himself what it was about. The disease was the exteriorization, the scape, of his tired soul. Searching for a calm and dark place.
We are nothing more than smells, spaces and fluids. Where are we when something starts to hurt? Doesn’t matter. We don’t want to know. All that matters is to find something to heal this pain. The right medication. We just want to get into a lethargy state. Doesn’t matter where we walk through. We just want a refuge.
Day after day the monotony of the clock was the only Joe’s company. White cells, bacilli, Golgi Complex, all those things numbing his will. He was nothing less than a dark wheel, inhabited by veins, virus and bacteria. The soul fragmented through the way. Like a broken mirror. Seven years of bad lucky.
So, between one and another appointment he saw her. A common person, with a common face, but that made his face look like an everything-face, including a nothing-else face. She had a brown hair on her shoulders. She used glasses. A thick dark eyewear frame. The most beautiful smile he ever saw. He started to figure her in so many ways in his mind, trying to make she uninteresting to his eyes. With many different haircuts and colors. Blue, green, brown, yellow eyes, glasses eyes. Denture, tooth apparatus, no tooth. Dressed, undressed. Thin, fat. Her, only her. In all ways and forms that he would imagine her, couldn’t make her uninteresting. He even starts to sweat just to imagine to talk to her. Without realize that his sweat was nothing more than saline water.
Many days passed by and he never talked to her. Even he’s feeling already better, used to go to the clinic only to see her. Until she’s not appearing anymore. Another many days passed by and nothing about his beloved unknown. Then he finally asked someone there:

  • “Please, what happened with the lady that was ever around here, always in a good mood and smiling everyone?”
  • “Oh, the one in glasses?” - Answered the clinic attendant - “She died…”

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Aquela de Óculos



Joe vinha sentindo dores fortíssimas pelo corpo ultimamente. Gripe, Zica, Dengue, depressão, reumatismo, virose… Nada! Nenhum doutor conseguia diagnosticar a doença de Joe, que já o consumia tanto que ia até o ponto onde começava seu espírito. Na verdade ele mesmo desconfiava o que era. A doença era a exteriorização, a fuga, de sua alma cansada, procurando o silêncio de um lugar calmo e escuro.
Somos nada mais que cheiros, espaços e fluidos. Onde estamos quando algo começa a doer? Não interessa. Não queremos saber. Tudo o que importa é encontrar algo que cure essa dor. O remédio correto. Queremos entrar numa letargia. Sem interessar por onde vagamos, queremos apenas refúgio.
Dia após dia a monotonia das horas era a única companhia de Joe. Glóbulos brancos, bacilos, Complexos de Golgi, todos entorpecendo sua vontade. Ele não era mais do que um poço obscuro habitado por vasos, vírus e bactérias. A alma fragmentou-se no caminho. Como um espelho quebrado. Sete anos de azar.
Então entre uma consulta e outra ele a viu. Uma pessoa comum, com um rosto comum, mas que fez seu rosto ficar com cara de tudo junto, inclusive ficar sem-graça. Ela tinha cabelos castanhos, no ombro. Usava óculos. Uma armação grossa, escura. O sorriso mais cativante que ele já tinha visto. Ele a imaginou de todas as maneiras em sua mente, tentando fazê-la desinteressante aos seus olhos. Com diversos tipos de cortes, cores e tamanhos de cabelos. Olhos verdes, azuis, amarelos, olhos de vidro, óculos. Dentadura, aparelho, bangela. Com roupa, sem roupa. Gorda, magra. Ela, somente ela. De todas as formas que ele a imaginava, não conseguia fazê-la sem-graça. Começava a suar apenas em imaginar falar com ela. Sem saber que suor nada mais é do que um soro fisiológico.
Passaram-se vários dias e ele nunca falou com ela, embora ele já se sentisse melhor e ia à clínica apenas para vê-la. Até que ela não mais aparecia. Passaram-se mais outros vários dias e nada de sua desconhecida amada. Então ele resolveu finalmente perguntar a alguém:

  • “Por favor, o que aconteceu com aquela moça que estava sempre por aqui, sempre de bom-humor e sorrindo para todos?”
  • “É aquela de óculos?” - Respondeu a atendente da clínica. - “Faleceu…”

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Sunflower



   Clytie was a water nymph, in love for Apollo, which didn’t correspond for her love, and that’s made her languish. She used to stay all day long, set on the cold floor and her braids unleashed on her shoulders. For nine days she remained, without eating or drinking, feeding only with her own tears and with the icy dew. She contemplated the sun, from the time it rose up in the spring to hide in the sunset, after its daily course; She saw nothing else, her face was constantly turning to the sun. After all, it is said, her feet rooted to the ground and her face turned into a flower, which constantly moves on its stem, so that it is always facing the sun in its daily course, thus conserving the feeling of the nymph that gave origin to the flower.

Girassol

 

Clítia era uma ninfa aquática, apaixonada por Apolo, que não lhe correspondia, o que a fez definhar. Deixava-se ficar durante todo dia sentada no frio chão, com as tranças desatadas caídas sobre os ombros. Durante nove dias assim ficou, sem comer nem beber, alimentando-se somente com as próprias lágrimas e com o gélido orvalho. Contemplava o sol, desde quando ele se erguia no nascente até se esconder no poente, depois do seu curso diário; não via outra coisa, seu rosto voltava-se constantemente para ele. Afinal, conta-se, seus pés enraizaram-se no chão e seu rosto transformou-se numa flor, que se move constantemente em seu caule, de maneira a estar sempre voltada para o sol, em seu curso diário, conservando, assim, o sentimento da ninfa que lhe deu origem.